PEDRO SÜSSEKIND
Ateliê filosófico
A proximidade entre filosofia e literatura no pensamento alemão dos séculos 18 e 19
ARTE E FILOSOFIA NO IDEALISMO ALEMÃO
Vários autores
Marco Aurélio Werle e Pedro Fernandes Galé (org.)
BARCAROLLA
194 p., R$ 25,00
No processo de consolidação da estética como disciplina filosófica, o período de desenvolvimento do idealismo alemão tem uma importância decisiva. Trata-se de uma época de interações profícuas entre o campo teórico da filosofia e movimentos culturais significativos. Grandes artistas, entre os quais se destaca a figura central e articuladora de Goethe, serviram de parâmetro para as reflexões sobre a arte que, da Crítica do juízo de Kant até os Cursos de Estética de Hegel, conquistaram um espaço privilegiado na filosofia alemã do final do século 18 e início do 19.
Arte e filosofia no idealismo alemão discute alguns temas centrais abordados nesse período, de modo a, como esclarecem os organizadores na introdução, “situar o idealismo alemão em seu contexto multifacetado de influências”. O livro reúne uma série de ensaios que apresentam com precisão as questões em debate e, ao mesmo tempo, estabelecem entre elas novas articulações. A complementaridade entre os ensaios, bem como o equilíbrio entre rigor e clareza na apresentação dos problemas, em cada um dos textos, devem tornar o livro uma obra de referência para os pesquisadores brasileiros na área de Estética.
CULTURA ESTÉTICA E LIBERDADE
Friedrich Schiller
Organização, introdução e tradução: Ricardo Barbosa
HEDRA
176 p., R$ 47,00
Numa carta a Goethe de 1795, Schiller anuncia a intenção de fechar seu “ateliê filosófico” para voltar a se dedicar à poesia. Trata-se do caso raro de um poeta que foi também um filósofo, ao menos por algum tempo. O “ateliê” a que Schiller se refere ficou aberto entre 1790 e 95, e resultou, por exemplo, no diálogo epistolar com o Príncipe de Augustenburg, publicado agora no Brasil sob o título Cultura estética e liberdade.
O livro inclui uma introdução esclarecedora, que apresenta os temas filosóficos e as circunstâncias biográficas das cartas. Oferecidas em resposta à generosidade de seu mecenas, elas justificam com clareza a necessidade do debate estético, num período de intensas discussões políticas e éticas acerca dos rumos da recente Revolução Francesa. São explicadas, na correspondência, questões decisivas não só da teoria sobre a educação estética, mas também da relação desta com Kant. Um aparato crítico cuidadoso aponta as referências e as bases para a melhor compreensão dessas questões. E a tradução consegue reproduzir em português o estilo do autor, a bela forma de apresentação das idéias a que Schiller dava tanta importância.
A MORTE DE EMPÉDOCLES
Friedrich Hölderlin
Tradução e introdução: Marise Moassab Curioni
ILUMINURAS
336 p., R$ 19,00
O nome de Friedrich Hölderlin se associa aos mais importantes movimentos filosóficos e artísticos da Alemanha da virada do século 18 para o 19, época de grande florescimento cultural e de intensos debates estéticos. Junto a Hegel e Schelling, o poeta colaborou no projeto do idealismo alemão; sua vida e sua poesia têm repercussões nas posições e nas idéias do Romantismo. Por outro lado, a convivência com Goethe e Schiller, no período do Classicismo de Weimar, influenciou-o a desenvolver, de maneira própria, a imitação ou recriação dos gregos antigos.
Em A morte de Empédocles encontram-se as três versões da tragédia inacabada, elaboradas por Hölderlin entre 1798 e 1800 com base na vida do filósofo pré-socrático. A edição é bilíngüe, e a ótima tradução segue verso a verso o original. A introdução feita pela tradutora apresenta informações biográficas e comenta os projetos do autor a partir de suas cartas, esclarecendo temas centrais de uma poética singular. O leitor brasileiro tem acesso, assim, a uma obra fundamental no percurso de Hölderlin, sempre ligado a uma reflexão sobre o trágico e sobre a modernidade.