Entrevista
Entrevista com Luiz Carlos Bresser Pereira
sobre o seu novo livro
EM BUSCA DO DESENVOLVIMENTO PERDIDO
– UM PROJETO NOVO-DESENVOLVIMENTISTA PARA O BRASIL
Luiz
Carlos Bresser Pereira
FGV EDITORA, 2018, 168 p.
Convidados para a entrevista: Prof.
Ricardo Musse, do departamento de sociologia da USP e Walter Paixão, professor
de filosofia aposentado e ex-analista tributário da Receita Federal
Desde 2001 elaborei uma teoria
nova, que hoje já tem suficientemente sistemática para se dizer que é uma
teoria. É uma abordagem razoavelmente nova, não só do desenvolvimento econômico
e da macroeconomia do desenvolvimento, é um pouco mais que isso. É uma ideia e
uma discussão sobre o problema econômico, político e social do desenvolvimento
dos países de renda média, e isso aos poucos foi se tornando consistente e
ganhou o nome de Novo Desenvolvimentismo.
Mas o nome não tem muita importância, o que é importante é que nele eu digo que
há uma economia política e uma macroeconomia. Devia ter também uma
microeconomia, mas tem muito pouca coisa disso. Na ideia de economia política
do desenvolvimento, talvez a coisa mais nova seja o fato de que a alternativa
ao liberalismo econômico seja o desenvolvimentismo que eu proponho. Parece uma
coisa muito esquisita. Mas eu costumo perguntar às pessoas qual a alternativa
ao liberalismo econômico e a maioria tem que pensar duas vezes. Elas apresentam
a social-democracia, mas isso é um regime político. Depois vêm com o
keynesianismo mas este é um tipo de desenvolvimentismo ao meu ver. Falta uma
palavra geral para isso e é esta a palavra geral que eu proponho e que nós
precisamos. Tínhamos também o socialismo, mas o socialismo não é uma
alternativa ao liberalismo econômico, socialismo é uma alternativa ao
capitalismo, e o que a gente observa é que o capitalismo nasce desenvolvimentista.
Como isso é possível? A forma default do capitalismo é o desenvolvimentismo,
porque o capitalismo nasce na Inglaterra, no século XVIII, e é ali que se
realiza e completa a primeira revolução capitalista com a revolução industrial.
A Inglaterra forma o seu estado nação e faz sua revolução industrial. E isto se
deu no quadro do mercantilismo e das monarquias absolutas. Ora, o mercantilismo
é o primeiro desenvolvimentismo historicamente. Depois houve o liberalismo no
século dezenove na Inglaterra, a partir de 1846, e durou pouco. Quando chegou
1929, houve uma grande crise, que foi a crise do liberalismo e a partir de
então, depois do new deal e dos anos dourados do capitalismo, principalmente na
Europa até meados dos anos 70, nós teremos o segundo desenvolvimentismo. A
partir de 1980 nós temos o neoliberalismo, que está por aí, e que é, a meu ver,
uma regressão. Isto é uma visão mais geral, a visão que eu chamo de economia
política, mais macroeconômica, porque é uma visão voltada para a ideia dos cinco
preços macroeconômicos. Quando Keynes criou a teoria macroeconômica e tornou a
economia uma ciência, digamos aplicável, operacional, ele pensou, e todos os
livros de macroeconomia pensam, em termos de agregados econômicos.
Diferentemente da microeconomia, com a teoria dos preços dos bens de serviços,
do trabalho, da força de trabalho, a macroeconomia seria a economia dos
agregados, quer dizer, da renda nacional, do PIB, produto nacional, do consumo,
do investimento, da poupança, da inflação. E eu digo, tudo bem, mas proponho
uma macroeconomia um pouco diferente, a partir dos cinco preços
macroeconômicos. Quais são os cinco preços macroeconômicos? A taxa de juros, a
taxa de câmbio, a taxa de salários, a taxa de inflação e a mais importante de
todas, a taxa de lucros. Vejo que a teoria econômica em geral deu muito pouca
importância ao lucro, tanto a teoria econômica neoclássica quanto a Keynesiana.
Quem dá importância aos lucros são os clássicos e evidentemente Marx. Ainda
Shumpeter deu importância ao lucro, mas os outros tentaram esquecê-lo. Um
segundo preço fundamental ao novo desenvolvimentismo é a taxa de câmbio, e é em
relação à taxa de cambio que talvez as inovações sejam mais importantes. Hoje
eu tenho uma teoria da determinação da taxa de câmbio em geral. E aí eu me
pergunto por que um brasileiro aqui da periferia do capitalismo se mete a
discutir uma teoria econômica geral, especialmente uma teoria da taxa de câmbio
e do déficit em conta corrente, ou seja da conta corrente externa do país. E a
explicação que dou é que nestes cincos preços macroeconômicos, o preço menos
estudado foi o da taxa de câmbio, e para mim este preço é absolutamente
estratégico e tem uma grande importância no desenvolvimento econômico, coisa
que a teoria econômica não aceita. Se você pegar um livro texto de
desenvolvimento econômico, não há ali nenhum capítulo sobre a taxa de câmbio,
nem uma seção geralmente. Os livros de macroeconomia originalmente eram todos
fechados, sem comércio exterior, de forma que foi só a partir do final dos anos
80 que a macroeconomia foi aberta e os textos passaram a incluir isso e
passaram a ter a taxa de câmbio. Bom, a partir disso o que esta teoria vai
dizer mais? Uma teoria só vale a pensa se tiver algo de contraintuitivo, e esta
teoria vai dizer o seguinte: para que um país se desenvolva ele não deve ter
déficit em conta corrente, não deve, portanto, buscar o financiamento externo.
Financiamento externo só é interessante quando um país já está crescendo muito
fortemente e aí a propensão a consumir diminui e a propensão a investir
aumenta, e então a poupança externa, o endividamento externo podem ajudar. Fora
disso, o endividamento externo essencialmente é um obstáculo ao desenvolvimento
econômico. O Brasil teve um imenso crescimento de 1930 a 1980. A partir de 1980
parou de crescer. Parou em termos, teve uma espécie de semiestagnação. Passou a
crescer 1% per capita, quando crescia 4%. Em todo o período anterior teve um
grande desenvolvimento. De 80 para cá cresceu muito pouco. E qual a razão para
crescer tão pouco? Aqui já estamos na tese fundamental deste. A razão
fundamental é que, desde 1990, a sua taxa de câmbio está muito apreciada e, o
que é muito importante, está apreciada no longo prazo. Por que isso é
importante? Porque as causas dessa apreciação são a taxa de juros muito alta e
uma “doença holandesa” não neutralizada. Essas duas causas tornam a taxa de
câmbio apreciada no longo prazo, ou seja, durante vários anos. Percebe-se
também que a taxa de câmbio tem um comportamento cíclico, ela tem uma
depreciação, numa crise financeira há uma grande depreciação, depois aprecia,
aprecia, depois passa vários anos apreciada, aí o país se endivida, as empresas
se endividam e aí vem uma segunda crise financeira com nova depreciação e desse
jeito a gente vai. Ora, quando isso acontece, os empresários, ou as empresas,
quando tomam suas decisões de investimentos, elas olham a taxa de câmbio, esta
taxa de câmbio apreciada. O último período de apreciação da taxa de câmbio foi
de 2007 a 2014. E como esta taxa de câmbio, naquela época, era de uns R$ 3,00
por dólar, evidentemente, era mais barato importar e as empresas não investiam.
Por isso esta teoria coloca a taxa de câmbio no centro da teoria do
desenvolvimento econômico, porque no centro da determinação está a taxa de
investimento e o investimento depende fundamente da expectativa de lucro do
país, das empresas e da taxa de juros e, quando você tem uma taxa de cambio
apreciada, você é desligado da demanda tanto externa como interna, você deixa
de ter acesso a esta demanda. Não adianta nada o mundo ficar crescendo
fortemente, não é o caso hoje, mas está razoável, não adianta nada o Brasil
estar crescendo fortemente, como cresceu no governo Lula, se você tiver uma
taxa de câmbio apreciada, porque passa tudo para a importação, e a indústria
nacional, que é fundamental para o desenvolvimento, não se desenvolve. Isto é
totalmente novo na teoria econômica. Ainda em relação à taxa de câmbio, o que
os economistas Keynesianos aceitam é que ela é volátil, e isso atrapalha um
pouco o investimento. Mas eu não digo que é apenas volátil, digo que ela tem
esse comportamento cíclico, com vários ângulos de apreciação, e aí então ela
entra na função investimento. Enquanto apenas volátil, o empresário olha como
está volátil em torno de uns R$ 3,90, que é uma boa taxa de câmbio, e então
tudo bem, ele vai calcular em torno de R$ 3,90 e não R$ 3,00 ou R$ 3,20. Esse
modelo tem também sua economia política especificamente, porque nós temos, numa
economia como a nossa, dois setores, o setor de bens comercializáveis e o setor
de bens não comercializáveis, comercializáveis externamente. Então, no setor
comercializável, você tem o setor industrial e o setor de commodities e, no
setor não comercializável, a produção do mercado interno, quer dizer de
serviços. Podemos pensar que também temos os seguintes agentes econômicos: os
empresários capitalistas dos serviços, os empresários capitalistas das
commodities e os empresários capitalistas da indústria. E temos os
trabalhadores. Feita essa análise, o que diz o novo desenvolvimentismo e esta
macroeconomia do desenvolvimento. Diz que você, para crescer, precisa ter uma
taxa de câmbio competitiva, portanto precisa inicialmente da depreciação e
depois manter essa depreciação no lugar. E isto tem um custo, tem um custo para
os trabalhadores, porque o valor aquisitivo de seus salários cai. É pouca
coisa, mas foi feito um estudo e nós chegamos à conclusão de que, com 30% de
depreciação, os salários cairiam 6%. Então, devido a este fato, a esquerda
geralmente não quer saber de depreciação, são contra, e alguns amigos meus até
inventaram, como alternativa ao novo desenvolvimentismo, um desenvolvimentismo
social, que não se baseia em teoria nenhuma, mas diz apenas que não quer saber
de depreciação. Mas o que acontece com os rentistas? O que interessa realmente
são os rentistas e os capitalistas, e os trabalhadores. São estas três classes
que interessam. A classe dos empresários do setor interno não precisa entrar no
programa. O que acontece? Eles são representados pelos economistas liberais ou
neoliberais que escrevem e dominam os jornais por aí afora. E esses economistas
liberais têm horror à taxa de câmbio, não falam da taxa de câmbio, só falam de
equilíbrio fiscal, déficit público e mais nada. Por que eles têm tamanho horror
à taxa de câmbio? Porque, se você fizer o ajuste macroeconômico de uma
economia, que envolva uma depreciação, isso prejudica muito os rentistas. Na
verdade, prejudica mais os rentistas do que os assalariados. Todos têm que
pagar um pouco. Vamos imaginar que o país esteja fiscalmente desiquilibrado e
em termos externos desequilibrado, a economia está desequilibrada, com déficit
em conta corrente grande, com uma dívida externa alta, um déficit público alto
e uma dívida interna alta. O que propõe o economista liberal? Ele propõe algo
que eu chamo de austeridade, e austeridade para mim tem um sentido bem preciso,
quer dizer é um ajuste interno. O que isso quer dizer? Ele propõe um grande
ajuste fiscal no qual você corta, não só as despesas correntes que você puder
cortar, mas também os investimentos públicos e mais nada. Mas feito isso com
muita força, o que acontece? Os juros caem, a dívida pública cai, você provoca
um grande desemprego, recessão, e, com os salários caindo, mantendo a mesma
taxa de câmbio, as empresas industriais voltam a ser competitivas. E quem pagou
por este ajuste? Exclusivamente os
assalariados, os trabalhadores.
Walter
Paixão: Que perdem
também seus direitos trabalhistas, com cortes na aposentadoria e outros
Bresser
Pereira: Também,
sem dúvida. Qual é a alternativa novo-desenvolvimentista? Você faz também o
ajuste que tem que fazer, só que vai fazer um ajuste com menos corte, porque
não vai envolver fundamentalmente o investimento público, você vai preservar o
investimento público. Você não vai esperar que os juros caiam simplesmente
porque os financistas deixaram o banco central resolver. Você manda o banco
central, que não deve ser independente, fazer baixar os juros. Terceiro você
faz uma depreciação cambial conseguida graças à baixa dos juros que será
fortalecida, se você fizer uma neutralização da “doença holandesa”. O que
acontece? Quais são as perdas? Neste caso então os rentistas vão pagar mais do
que os trabalhadores, porque vão perder o que recebem de rendimentos, que são
os dividendos, os juros e os aluguéis de seus imóveis. Estes três rendimentos
perdem valor da mesma forma como perdem os salários. Além disso, baixa a taxa
de juros, e isto é anátema para eles, e é ótimo para os trabalhadores. Um bom
rentista vive de juros. E terceiro, a riqueza dos rentistas que estiverem em
reais perdem valor, como perdem os salários, como perdem os rendimentos os
rentistas. Perde valor a riqueza deles e os trabalhadores não têm riqueza para
perder. Custa, portanto, muito mais para eles do que para os trabalhadores.
Quando esses meus amigos defendiam ferozmente os trabalhadores que estavam
defendendo arrumar o governo e estavam defendendo os seus interesses, estavam
fazendo o jogo dos rentistas e de seus economistas liberais. Eu já escrevi três
livros, especificamente sobre o novo desenvolvimentismo. Este é o terceiro. O
primeiro foi Globalização e competição,
em 2009 e o segundo, Macroeconomia
desenvolvimentista, com dois colegas, e já apliquei isso na análise do
Brasil especialmente em dois livros, na Macroeconomia
da estagnação e na Construção
política do Brasil. Mas eu entendo que precisava de um livro mais
especifico, um livro de intervenção que dissesse qual é a política econômica
que vai permitir ao Brasil sair desta semiestagnação que já dura 40 anos,
porque foi lá entre os anos 80 e comecinho dos anos 90 que o Brasil passou a
ter juros muito altos e que, apesar da crise financeira, passou a ter uma taxa
de cambio apreciada no longo prazo, porque deixou de neutralizar a sua “doença
holandesa”. As duas causas, juros altos e a “doença holandesa” não
neutralizada, essas duas causas do câmbio apreciado passaram a valer. A taxa de
juros do Brasil dos anos 70 e 60 era muito baixa, e na taxa de câmbio havia um
mecanismo de neutralização da “doença holandesa”. Então é claro que as empresas
brasileiras industriais do setor comercializável, não commodity, passou a ter
uma desvantagem competitiva. O que nós precisamos não é proteger a indústria
nacional para o Brasil voltar a crescer. O Brasil precisa que as empresas
industrias tenham condições iguais de competição com as empresas de outros
países. Não com estas empresas multinacionais aqui no Brasil, porque as
empresas multinacionais industriais aqui no Brasil sofrem o mesmo problema. E
isso explica por que o investimento na indústria multinacional é muito pequeno
no Brasil. Elas estão investindo em serviços, infraestrutura, comércio e não
numa produção industrial.
Ricardo
Musse: Tenho
apenas uma questão esclarecimento a
respeito do conceito de “doença holandesa”, que o senhor utilizou ao longo de
sua exposição, mas que o público que não está familiarizado com suas ideias não
conhece com precisão. Do que se trata exatamente e como o Brasil fez um
movimento nessa direção?
Bresser
Pereira: A “doença
holandesa” é uma das duas causas pelas quais a taxa de câmbio é apreciada no
Brasil. A outra causa é um juro muito elevado. Ela é uma apreciação cambial de
longo prazo de um país que exporta commodities, que se beneficiam de rendas
naturais que permitem que elas sejam exportadas com lucros a uma taxa de câmbio
substancialmente mais apreciada do que a taxa de câmbio que torna competitivas
as empresas industriais nos países que utilizam a tecnologia melhor existente
no mundo. Há, então, uma falha de mercado muito grave, porque, se uma empresa
usa a melhor tecnologia do mundo ela deve ser competitiva. No caso do Brasil, a
taxa de câmbio que torna a indústria brasileira competitiva deve estar em torno
de R$ 3,90 a R$ 4,00 por dólar. E a taxa de câmbio que é boa para a soja,
minério de ferro, café, suco de laranja é entre R$ 3,20 a R$ 3,30. Essa
diferença entre R$ 3,30 e R$ 4,00 é a “doença holandesa”, isto é, uma
apreciação cambial que torna praticamente inviável a indústria, porque esta
precisa da taxa de câmbio de R$ 4,00, e a taxa de câmbio está a R$ 3,30 porque
é boa e funciona bem para as commodities, para a soja, para o milho. Mas o
Brasil sempre teve a “doença holandesa”? Sim, sem dúvida. Então por que ele
cresceu? Como é que teve esse enorme desenvolvimento? Porque a “doença
holandesa” foi neutralizada no período de 1930 a 1980. Como era neutralizada?
De uma maneira intuitiva. Não se tinha a teoria da “doença holandesa” ainda,
mas as pessoas percebiam que, se colocassem tarifas alfandegárias muito altas,
estas tornariam a indústria nacional competitiva. Então os países, a partir de
certo momento, decidiram – no caso do Brasil foi a partir doa anos 30 já com
Getúlio Vargas, nos outros países demorou um pouco mais – que precisavam se industrializar. Colocavam
essas tarifas elevadas e aí os economistas liberais diziam que isso era mero
protecionismo. Não era mero protecionismo. Podia também ali ter um elemento
protecionista porque em certos momentos essas tarifas ficaram altas demais. A
tarifa média de importação no Brasil entre 1960 e 1990 estava em torno de 45%.
Era imensa, e eu diria que pelo menos 20%, metade disso aí, era neutralização
da “doença holandesa”, o resto podia ser protecionismo. Então isso viabilizou a
economia brasileira para o mercado interno, porque a tarifa só neutraliza a
“doença holandesa” para efeito de mercado interno. As empresas não se tornam
competitivas externamente, mas internamente elas passam a poder competir com as
importações no exterior. No caso do Brasil, em 1967, quando Delfim assumiu o
ministério da Fazenda, ele criou um subsídio à exportação de manufaturados,
também muito alto, de 45%, e aí ele neutralizou a “doença holandesa” para
efeito de mercado externo. O resultado foi excepcional, porque, para vocês terem
uma ideia, em 1965, dois anos antes, a exportação de manufaturados representava
6% do total da exportação brasileira. Em 1990, 25 anos depois apenas,
representava 62%. Passou de 6 a 62%. O Brasil virou um grande exportador de
manufaturados e cresceu muito bem. Em 1990, pressionados pelo consenso de
Washington, pelo neoliberalismo, nós fizemos a abertura comercial e financeira.
Com a abertura comercial nós desmantelamos este mecanismo da “doença
holandesa”. Com a abertura financeira nós perdemos o controle sobre nossa taxa
de câmbio também o controle financeiro. O resultado foi que passamos a ter uma
taxa de câmbio apreciada a longo prazo, juros altos e nossa economia se
inviabilizou. Essa é a famosa “doença holandesa”. Mas não vale dizer que a
minha teoria é só a “doença holandesa” (risos).
LUIZ CARLOS BRESSER PEREIRA é
professor titular da Fundação Getúlio Vargas